quinta-feira, junho 09, 2011

Memórias da batalha

A chuva forte la fora, o quarto escuro, não há cortinas e a pouca luz que o dia escuro irradia pelas janelas da ao quarto uma sensação sombria. Talvez não esteja tão escuro, talvez a alma sombria torne o quarto mais escuro do que ele realmente está. A escuridão da alma, o vazio querendo substância, a fome de algo desconhecido. O sono vêm como uma resposta instantânea, como miojo para fome, como se a fuga pudesse preencher as lacunas que a vida não sabe a resposta. Os fantasmas aparecem, eles estão todos ali, os erros, os medos, os meus defeitos e o resultado de tudo isso, apontando pra minha cara, alguns rindo, alguns chorando, fazendo de mim ao mesmo tempo motivo de piada e pena. Talvez se eu me levantasse e enfrentasse o dia, talvez se eu enfrentasse ao menos a chuva e o frio, se eu ao menos eu pudesse vencer a preguiça e sair da cama, talvez então fosse mais fácil enfrentar a vida; Mas as cobertas me agarram, quentes e pesadas, eu luto conforme minhas forças me permitem lutar, aguento mais um pouco, não venço, começo a sucumbir ao sono, mas antes de cair derrotado, usando de minhas últimas forças ainda consigo rabiscar aquele que será o único documento desta batalha e que talvez venha a ser a unica memória destes últimos momentos, só o tempo dirá. Nomeio Memórias da Batalha.