terça-feira, novembro 01, 2011

Um dia um louco me falou:

Eu sou invisível, não porquê vc não me vê, mas porquê eu não dou a mínima para o que vc pensa.
O invisível está só mas não está sozinho, para ele não há solidão, quando vc está de bem com vc mesmo vc nunca estará sozinho pois vc tera sempre sua própria companhia. Enquanto sua própria companhia não for o bastante vc vai estar sempre buscando por outros, buscando aceitação, tentará se cercar de pessoas para tentar em vão preencher o vazio dentro de vc. Enquanto vc buscar aceitação vc nunca será livre e enquanto vc não for livre vc nunca saberá quem vc é.
Eu vejo as pessoas andando em bandos, andando em grupos, usando as mesmas roupas, fazendo os mesmo gestos e até mesmo tendo os mesmos pensamentos. Acham que seus pensamentos os unem quando na verdade estão sem perceber ajustando seus pensamentos para se unirem.
Se somos todos diferentes não é estranho que no nosso grupo usemos as mesmas roupas? Não é estranho que no nosso grupo gostemos das mesmas coisas?
Quando vc se torna invisível os seus pensamentos se tornam livres, eles não mais tentam se encaixar, se justificar, e então vc começa a descobrir a si mesmo. E então vc olha para si, seus gestos, suas roupas, suas atitudes, e começa a descobrir seus próprios gestos, seu próprio gosto e sua própria personalidade.
As vezes temos vontade de gritar, de pular, de dar cambalhotas, mas não fazemos nada disso porquê nos apavora que o outro nos ache louco. Somente o invisível pode fazer o que lhe vier na cabeça pois a opinião alheia é tão insignificante para ele que não chega nem mesmo ao seu pensamento.
Se eu sou louco? Talvez eu seja, mas eu sou tão louco pra vcs quanto vcs são para mim.

E o louco continuou seguindo feliz, dando cambalhotas, pulando e cantando...
E depois daquele dia eu vivo me perguntado: Quem é o louco?